Independência, ou...
Por Mara Cornelsen em ParanáOnline
"Antecedendo uma eleição presidencial, chega mais uma vez o Sete de Setembro, dia da Independência do Brasil. Ainda há quem se lembre daquela figura imponente que aparece nos livros de história: um Dom Pedro em cima do cavalo, com a espada na mão, às margens do riacho Ipiranga, dando o brado "retumbante" para libertar o Brasil do jugo português. Narrativa vibrante que comovia a criançada nas aulas de História, discorrida com maestria por professoras dedicadas que lecionavam com amor nas escolas públicas deste País. Pois é... Ainda há quem se lembre...
Hoje dá vontade de ressuscitar aquele homem valente e pedir socorro. Pedir para que novamente decretasse a independência deste Brasil, resgatando valores como a honestidade, a preocupação com o todo e o respeito pelo próximo. Quem sabe ele pudesse nos dar uma aula de moral, civismo e lealdade, bastante propícia para este período eleitoral.
Talvez, com um tempinho no horário gratuito dos políticos, Dom Pedro pudesse explicar como e por que quis um Brasil independente, a ponto de colocar a vida em risco (ele gritou "Independência ou Morte", não é mesmo?). O imperador bigodudo demonstrou lealdade ao Brasil e aos brasileiros, pena que seu exemplo não persistiu com o passar dos séculos. Há muito tempo não sabemos direito o que é lealdade nos meios políticos e muito menos dos políticos para com o povo. Um festival de falcatruas, desvios e abusos de todas as formas desfilam, há anos, diante de nossos olhos. Quando a gente mal consegue entender um escândalo, já surge outro, pior e mais complicado.
É, se Dom Pedro fosse aparecer na TV, certamente ele iria dizer "independência e vergonha na cara". Provavelmente não iria desembainhar a espada, pois com os índices de violência atuais, já teria perdido a arma para algum traficante, que a usaria para degolar viciados devedores ou amputar pernas de jornalistas enxeridos que insistem em denunciar as más administrações e os maus políticos.
Pensando bem, é melhor que Dom Pedro descanse em paz em seu túmulo. Afinal ele já fez o que tinha que fazer. A responsabilidade agora é de outros para por este "tremzão" na linha e fazê-lo não perder o rumo. E também nossa, que devemos continuar ensinando às criancinhas que Sete de Setembro não é feriado só para emendar com o Dia da Padroeira de Curitiba e todo mundo sair para um mega congestionamento na BR-277 e chegar nas praias que estão sem estrutura, sem segurança e sem perspectiva de melhoras."
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